Golpe Militar
Golpe e Ditadura Militar no Brasil (1964-1985)
O Golpe Militar de 1964 marcou o início de um período autoritário na história do Brasil, conhecido como Ditadura Militar, que durou até 1985. Durante esses 21 anos, o país foi governado por militares que suspenderam direitos políticos, restringiram a liberdade de expressão e reprimiram opositores, tudo em nome da “ordem” e da “segurança nacional”. Entender esse período é fundamental para compreender a história recente do Brasil e os desafios da democracia.
Contexto do Golpe de 1964
Na década de 1960, o Brasil vivia uma crise política, econômica e social. O governo do presidente João Goulart enfrentava forte oposição das elites conservadoras, das Forças Armadas e dos Estados Unidos, que temiam o avanço do comunismo na América Latina, no contexto da Guerra Fria.
João Goulart buscava implementar reformas de base, como a reforma agrária e a maior participação dos trabalhadores, o que gerou resistência de grupos poderosos. Em 31 de março de 1964, as Forças Armadas deram um golpe, derrubando o presidente e instalando um regime militar.
Características da Ditadura Militar
- Suspensão das garantias democráticas: eleições diretas foram suspensas, partidos políticos foram extintos e implantado o bipartidarismo controlado.
- Repressão política: censura à imprensa, perseguição, tortura e prisão de opositores, principalmente os que defendiam a democracia e os direitos humanos.
- Atos Institucionais: decretos que davam poderes extraordinários aos militares, especialmente o AI-5 (1968), que endureceu o regime, fechou o Congresso e permitiu prisões sem julgamento.
- Militarização do Estado: os presidentes e governadores passaram a ser indicados pelos militares, e as Forças Armadas controlavam o governo.
- Controle da economia: o regime investiu em infraestrutura, industrialização e modernização, mas isso gerou crescimento desigual e aumento da dívida externa.
Resistência e oposição
Durante a ditadura, diversos grupos resistiram à repressão:
- Movimentos estudantis, que organizavam protestos e manifestações.
- Partidos e sindicatos que defendiam a redemocratização.
- Guerrilhas urbanas e rurais, que usaram a luta armada contra o regime, como o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) e a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).
- Artistas e intelectuais, que criaram obras críticas e denunciaram os abusos do governo.
Abertura política e fim da ditadura
A partir do final da década de 1970, o regime começou a perder força devido à pressão interna e internacional por democracia e direitos humanos. O processo conhecido como abertura política foi gradual e controlado pelos militares, que começaram a permitir a volta de partidos políticos e eleições indiretas.
Em 1985, com a eleição indireta de Tancredo Neves, encerrava-se oficialmente a ditadura militar. Apesar disso, a redemocratização plena aconteceu com a promulgação da Constituição de 1988, que restabeleceu os direitos civis e políticos.
Consequências da Ditadura Militar
- Violação de direitos humanos: milhares de pessoas foram presas, torturadas, exiladas ou mortas.
- Crescimento econômico desigual: crescimento com concentração de renda e endividamento.
- Fortalecimento das Forças Armadas: com influência política duradoura.
- Construção da memória e justiça: a partir dos anos 2000, iniciou-se a busca por reparação e reconhecimento das vítimas.
Importância para o ENEM
O ENEM costuma cobrar a análise da Ditadura Militar em questões de História e Atualidades, explorando temas como os direitos humanos, a resistência popular, o contexto da Guerra Fria, os impactos sociais e econômicos e a transição para a democracia. Conhecer esse período ajuda o estudante a entender os desafios e conquistas da sociedade brasileira.
Conclusão
O Golpe Militar de 1964 e o regime que se seguiu representam um momento importante da história do Brasil, marcado por conflitos entre autoritarismo e luta pela democracia. Compreender esse período é essencial para valorizar os direitos conquistados e refletir sobre a importância da participação política e da defesa da liberdade.