Pirronismo
Pirronismo
O Pirronismo é uma corrente filosófica que faz parte do Ceticismo antigo. Recebe esse nome em homenagem a Pirro de Élis, filósofo grego que viveu entre os séculos IV e III a.C. Essa escola filosófica é muito importante para entender o pensamento crítico e a dúvida como instrumento filosófico. No ENEM, o Pirronismo pode aparecer em questões de Filosofia que abordam o conhecimento, a verdade e o papel da razão.
1. Quem foi Pirro de Élis?
Pirro foi um filósofo grego que acompanhou Alexandre, o Grande, em suas viagens ao Oriente. Durante essas expedições, teve contato com culturas orientais e filosofias indianas, que influenciaram sua maneira de pensar. Ao voltar para a Grécia, passou a defender a ideia de que o ser humano não pode alcançar a verdade absoluta. Com isso, fundou o pensamento que mais tarde ficou conhecido como Pirronismo.
2. O que é o Pirronismo?
O Pirronismo é uma forma radical de ceticismo, que ensina que não podemos ter certeza de nada. Segundo os pirrônicos, nossos sentidos e nossa razão são falhos. Por isso, devemos suspender o juízo, ou seja, não afirmar nem negar nada com certeza.
A principal atitude pirrônica é chamada de epoché (em grego, “suspensão do juízo”). Isso significa que o sábio pirrônico não diz se algo é verdadeiro ou falso, bom ou ruim. Ele simplesmente reconhece que não há como saber com certeza.
3. Três etapas do pensamento pirrônico
O Pirronismo pode ser dividido em três etapas principais, que mostram como o cético chega à tranquilidade da alma:
- Investigação: O filósofo começa buscando o que é verdadeiro, tentando entender a realidade.
- Suspensão do juízo (epoché): Ao perceber que não é possível alcançar a verdade com certeza, o filósofo para de julgar ou afirmar.
- Ataraxia: Como resultado da suspensão do juízo, o filósofo alcança a paz de espírito, pois não sofre mais com dúvidas ou conflitos internos.
4. Argumentos usados pelos pirrônicos
Os pirrônicos usavam vários argumentos para mostrar que não podemos confiar totalmente no conhecimento. Alguns deles são:
- Diferença entre os sentidos: O que parece quente para uma pessoa pode parecer morno para outra. Ou seja, a percepção é subjetiva.
- Relatividade cultural: O que é considerado certo ou errado varia entre culturas, então não há uma verdade absoluta.
- Divergência entre os filósofos: Muitos filósofos têm opiniões opostas sobre os mesmos assuntos, o que mostra que não há consenso.
5. O objetivo do Pirronismo
Ao contrário do que muitos pensam, o objetivo do Pirronismo não é o desespero ou o caos. Na verdade, ele busca a ataraxia, que é a tranquilidade da alma. Quando a pessoa para de buscar verdades absolutas e aceita a incerteza, ela se liberta das angústias provocadas pela dúvida.
6. Pirronismo e o ENEM
O ENEM pode cobrar o Pirronismo em questões que discutem:
- A diferença entre conhecimento e opinião;
- O papel da dúvida na Filosofia;
- O ceticismo como forma de pensamento crítico;
- A comparação entre diferentes escolas filosóficas (como dogmatismo, ceticismo e empirismo).
É importante lembrar que o Pirronismo não nega tudo, como se fosse um niilismo. Ele apenas suspende o juízo, evitando afirmar ou negar qualquer coisa de forma definitiva.
7. Diferença entre Pirronismo e Ceticismo Acadêmico
O Pirronismo é diferente do ceticismo da Academia (escola fundada por Platão). Os céticos acadêmicos diziam que a verdade era inacessível. Já os pirrônicos nem isso afirmavam. Eles diziam apenas: “não sei, e também não posso saber se é possível saber”. Isso mostra um nível ainda mais profundo de dúvida.
Resumo
O Pirronismo é uma corrente filosófica que defende a suspensão do juízo diante da impossibilidade de alcançar a verdade absoluta. Seu principal objetivo é alcançar a tranquilidade da alma (ataraxia) por meio da dúvida. Para os pirrônicos, não há como confiar totalmente nos sentidos ou na razão, por isso, a melhor atitude é viver sem certezas. Esse pensamento tem grande importância na história da Filosofia e pode aparecer no ENEM em temas ligados ao conhecimento, à verdade e ao pensamento crítico.