A Origem da Terra e a Formação dos Continentes
A Terra se originou há cerca de 4,6 bilhões de anos, muito depois da formação do Universo, que se supõe ter surgido entre 13 e 15 bilhões de anos atrás, com uma enorme explosão denominada Big Bang.
Para estudar a formação do nosso planeta, utilizamos o tempo geológico. Antes de explorá-lo, é importante lembrar que a nossa noção de tempo é bastante limitada. Para o ser humano, cuja vida média gira entre 70 e 80 anos, é difícil compreender a escala de bilhões de anos.
O Tempo Geológico
A Geologia possui uma noção de tempo muito mais ampla do que a História. Para os geólogos, um milhão de anos é considerado um intervalo curto.
O tempo geológico é organizado da seguinte forma:
- Eras
- Períodos
- Épocas
- Idades
- Fases
- Idades
- Épocas
- Períodos
Esse conjunto é conhecido como escala geológica. Cada era é marcada por grandes eventos da história da Terra, como:
- O surgimento das primeiras formas de vida (Era Pré-Cambriana);
- A formação dos Alpes Escandinavos (Era Paleozoica);
- O surgimento do Himalaia e dos Andes (Período Terciário);
- As grandes glaciações (Período Quaternário).

A Origem dos Continentes
O planisfério moderno mostra a configuração atual do planeta, com os continentes (Ásia, África, América, Oceania, Europa e Antártida) e os oceanos (Atlântico, Pacífico, Índico, Glacial Ártico e Glacial Antártico).
Em 1596, o cartógrafo Abraham Ortelius já suspeitava que os continentes haviam se separado no passado. No século XIX, o geógrafo Antonio Snider-Pellegrini reforçou essa ideia com um mapa que sugeria que a América do Sul e a África formavam um só bloco continental, baseado em fósseis semelhantes encontrados em ambos os continentes.

A Teoria da Deriva dos Continentes
Em 1912, o geofísico Alfred Wegener retomou a hipótese e propôs que, há cerca de 250 a 300 milhões de anos, existia um supercontinente, chamado Pangeia (do grego, “todas as terras”), cercado por um único oceano, o Pantalassa.
Wegener propôs que a Pangeia começou a se fragmentar, formando os atuais continentes. Suas principais evidências eram:
- Encaixe entre as costas da África e da América do Sul;
- Semelhanças paleontológicas, paleoclimáticas e estruturais entre continentes como Europa-América do Norte, África-Índia-Austrália e África-América do Sul.
O professor Alexander Du Toit, da África do Sul, sugeriu que a Pangeia teria se dividido em:
- Laurásia (ao norte)
- Gondwana (ao sul)
Essas massas continuaram se fragmentando:
- América do Norte se separou da Eurásia (~130 milhões de anos);
- América do Sul afastou-se da África (~125 milhões de anos);
- Austrália e Antártica separaram-se da África;
- A Índia colidiu com a Ásia, formando o Himalaia e originando o Mar Mediterrâneo.
No Período Terciário, os continentes já apresentavam a configuração atual.
A Limitação da Teoria de Wegener
Apesar das evidências, Wegener não conseguiu explicar por que os continentes se moviam. Isso levou a comunidade científica da época a rejeitar suas ideias. Após sua morte, em 1930, a teoria caiu no esquecimento.
A Expansão do Fundo dos Oceanos
Na década de 1960, os geólogos Harry Hess e Robert Dietz retomaram a teoria, agora com base em novas tecnologias que exploravam o fundo dos oceanos.
As conclusões foram surpreendentes:
- As rochas oceânicas são mais recentes do que as continentais;
- Ao longo das dorsais oceânicas, abrem-se fendas que liberam magma. Ao se resfriar, ele forma nova crosta, expandindo o fundo oceânico;
- As placas tectônicas funcionam como “esteiras rolantes”, provocando a movimentação dos continentes;
- As zonas de contato entre placas são as mais instáveis do planeta, onde ocorrem terremotos e vulcões.
Teoria das Placas Tectônicas
A junção da deriva continental com a expansão do fundo dos oceanos deu origem à atual Teoria das Placas Tectônicas, amplamente aceita pela ciência moderna.
Deixe um comentário