Os lugares no Espaço Geográfico

Fronteiras Ambientais

O conceito de lugar, um dos principais da geografia, está ligado a espaços que nos são familiares, que fazem parte da nossa vida. O nosso lugar nos dá identidade própria. Durante a nossa existência, podemos mudar de lugar várias vezes. Cada mudança exige que passemos por um processo de adaptação, sem, no entanto, perder nossa identidade, que se remonta ao nosso lugar de origem.

O nosso lugar não é uma realidade sozinha ou isolada. Ele faz parte de um conjunto de lugares, marcados por diferentes naturezas, mas unidos por uma complexa rede de relações (políticas, econômicas e sociais), que se estabelecem em diferentes escalas: local, regional, nacional e global. A esse conjunto de lugares e suas relações com outros lugares denominamos espaço geográfico.

Segundo os geógrafos franceses Max Sorre e J. Gottman, espaço geográfico é o espaço “acessível aos homens e por eles utilizado para sua existência”. Com o desenvolvimento tecnológico, o espaço geográfico abrange toda a superfície terrestre. Alguns lugares nesse espaço são de difícil acesso. Por isso não foram ocupados efetivamente, apesar de terem sido explorados pelo homem. Podemos citar como exemplos a Antártida e algumas áreas da região ártica, de florestas equatoriais e desertos.

O espaço geográfico apresenta-se diferenciado, pois resultado de um passado histórico, das características da população, da organização social e econômica e dos recursos técnicos dos povos que habitam diferentes lugares.

O papel do homem no espaço geográfico

O principal agente transformador do espaço geográfico é o homem. A partir do momento em que ele passou a usar os recursos naturais para sua sobrevivência, começou a intervenção humana na natureza.

Sabemos que essa intervenção nem sempre respeitou o equilíbrio do meio natural. À medida que a tecnologia humana foi se sofisticando, os impactos ambientais foram intensificando.

A abertura da Declaração de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano, resultado da reunião realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), na capital sueca, em junho de 1972, resume perfeitamente a forma como o homem se apropriou do que o geógrafo Milton Santos chamou de “Natureza Primeira, a natureza bruta” e transformou-a na “Natureza Segunda, a natureza social”.

Veja o que diz a abertura:

“O homem é ao mesmo tempo criatura e criador do meio ambiente, que lhe dá sustento físico e lhe oferece a oportunidade de desenvolver-se intelectual, moral, social e espiritualmente. A longa e difícil evolução da raça humana no planeta levou-a a um estágio em que, com o rápido progresso da ciência e da tecnologia, conquistou o poder de transformar de inúmeras maneiras em escala sem precedentes o meio ambiente. Natural ou criado pelo homem, é o meio ambiente essencial para o bem-estar e para o gozo dos direitos fundamentais, até mesmo o direito à própria vida.”

Daí a importância das discussões sobre problemas ambientais do século XXI.

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