Projeções Cartográficas
Projeções Cartográficas
As projeções cartográficas são métodos usados para representar a superfície curva da Terra em um plano, ou seja, em mapas. Como a Terra é uma esfera (mais precisamente um esferoide), não é possível “abrir” sua superfície perfeitamente sem deformar alguma coisa. Por isso, todas as projeções cartográficas trazem algum tipo de distorção, seja em áreas, formas, distâncias ou direções.
Por que usar projeções cartográficas?
Os mapas são essenciais para diversas atividades, como navegação, planejamento urbano, estudos geográficos, entre outros. Para criar um mapa plano a partir da Terra esférica, é preciso escolher uma projeção que equilibre as deformações conforme o objetivo do mapa.
Tipos principais de projeções cartográficas
Existem muitas projeções, mas as mais conhecidas e usadas podem ser divididas em três grupos principais, de acordo com a superfície usada para projetar a Terra:
- Projeção cilíndrica: A Terra é projetada em um cilindro que envolve o globo. É comum para mapas mundiais e tem a vantagem de representar linhas retas como meridianos e paralelos.
- Projeção cônica: A Terra é projetada em um cone colocado sobre o globo. Essa projeção é usada para mapas de regiões médias, como países ou continentes.
- Projeção azimutal (ou plana): A Terra é projetada em um plano, geralmente usado para representar áreas polares ou regiões pequenas.
Principais exemplos de projeções
1. Projeção de Mercator
É uma projeção cilíndrica conformal criada por Gerardus Mercator no século XVI. Ela mantém os ângulos e as formas locais, facilitando a navegação marítima, pois linhas de rumo aparecem como linhas retas.
No entanto, a projeção de Mercator distorce muito as áreas, especialmente perto dos polos. Por exemplo, a Groenlândia parece quase do tamanho da África, quando na verdade é muito menor.
2. Projeção de Peters
Projeção cilíndrica equivalente que preserva a proporção das áreas. Isso significa que países e continentes aparecem com seus tamanhos reais relativos. No entanto, as formas são bastante distorcidas.
3. Projeção de Robinson
É uma projeção composta que tenta minimizar distorções de área, forma, distância e direção, criando uma representação visualmente agradável e equilibrada do mundo. Muito usada em atlas e livros didáticos.
4. Projeção cônica conforme de Lambert
Utilizada para mapas de países e regiões, pois mantém as formas locais e é adequada para representar áreas médias. Muito usada em cartografia oficial.
Tipos de deformações nas projeções
Como nenhuma projeção pode representar a Terra perfeitamente em um plano, as deformações podem ser de:
- Área: Algumas projeções mantêm a proporção correta das áreas (equivalentes), mas deformam formas e distâncias.
- Forma: Outras mantêm as formas locais corretas (conformes), mas distorcem áreas.
- Distância: Algumas preservam distâncias reais entre pontos selecionados.
- Direção: Certas projeções mantêm a direção correta entre pontos (azimutais).
Importância das projeções cartográficas no ENEM
Questões de Geografia do ENEM frequentemente abordam projeções cartográficas para discutir a representação da Terra, as distorções dos mapas e suas consequências políticas, econômicas e sociais. Saber diferenciar as principais projeções e entender suas características é fundamental para interpretar mapas e gráficos.
Além disso, debates sobre a projeção de Mercator e suas distorções, principalmente na representação dos países do Hemisfério Norte e Sul, podem envolver temas como eurocentrismo e desigualdade geográfica.
Resumo
As projeções cartográficas são técnicas que transformam a superfície esférica da Terra em mapas planos, mas sempre causam algum tipo de distorção. Existem diferentes tipos, como as projeções cilíndricas, cônicas e azimutais, cada uma adequada para diferentes usos. Exemplos importantes são as projeções de Mercator, Peters e Robinson. Entender essas projeções ajuda a interpretar mapas corretamente e a compreender as limitações e influências que os mapas podem ter.