Gregos – Período Homérico

Gregos – Período Homérico

O Período Homérico é uma das fases da história da Grécia Antiga, e recebeu esse nome em referência ao poeta Homero, autor das famosas obras Ilíada e Odisseia. Esse período se estende aproximadamente entre 1200 a.C. e 800 a.C., após a queda da civilização micênica e antes do surgimento das cidades-estado (pólis).

Contexto histórico

Após o colapso da civilização micênica (c. 1200 a.C.), houve uma grande desorganização política, econômica e social na região. Esse período ficou marcado por uma regressão cultural e tecnológica. Por isso, também é conhecido como “Idade das Trevas” da Grécia, devido à escassez de registros escritos e à dificuldade de reconstrução histórica precisa.

Foi nesse cenário que as obras atribuídas a Homero foram compostas e transmitidas oralmente. Através delas, é possível compreender aspectos da vida, valores e organização social dos gregos dessa época.

Sociedade gentílica

A estrutura social do Período Homérico era baseada nos genos, que eram grandes famílias ou clãs formados por pessoas com um ancestral comum. O chefe do genos era o pater, que comandava e representava a autoridade máxima da comunidade, tanto nas decisões sociais quanto religiosas.

A terra e os bens eram de propriedade coletiva da família, e todos os membros contribuíam para o bem comum. Aos poucos, com o crescimento da população e o surgimento das desigualdades, alguns genos se tornaram mais poderosos, dando origem a uma aristocracia agrária que influenciaria o surgimento das futuras pólis.

Economia

A economia do período era predominantemente agrícola e de subsistência. Cada genos produzia o que precisava para viver. A agricultura era a base da produção, com destaque para o cultivo de cereais, a criação de animais e a coleta de frutos.

O comércio era pouco desenvolvido, já que a produção era voltada para o consumo interno. As trocas entre comunidades eram feitas por escambo. Aos poucos, a necessidade de ampliar a produção e de interagir com outras regiões contribuiu para mudanças nas estruturas econômicas e sociais.

Cultura e religião

A religião era politeísta e baseada em mitos que explicavam a origem do mundo, dos deuses e dos seres humanos. Os deuses gregos eram antropomórficos, ou seja, tinham formas e sentimentos humanos. Cada genos tinha seus cultos próprios, mas havia deuses comuns a todos, como Zeus, Atena e Apolo.

A cultura grega era passada oralmente, e os poemas de Homero tinham função educativa e religiosa. A Ilíada narra os episódios da Guerra de Troia, enquanto a Odisseia conta o retorno do herói Ulisses para casa após a guerra. Esses textos registram valores como honra, coragem, lealdade e o papel dos deuses na vida humana.

Transição para o Período Arcaico

O fim do Período Homérico se dá com o surgimento das pólis, as cidades-estado gregas, por volta de 800 a.C. A organização social passa a ser baseada no território e na cidadania, e não mais apenas nos laços familiares. A propriedade privada da terra e o aumento das desigualdades contribuíram para a fragmentação dos genos e a formação de novas estruturas políticas e sociais.

Conclusão

O Período Homérico foi uma fase fundamental para a formação da civilização grega. Mesmo em um contexto de dificuldades e escassez, esse período lançou as bases para a cultura, os valores e a organização social que marcariam toda a história da Grécia Antiga. As obras de Homero são uma herança valiosa para compreender esse passado e continuam sendo estudadas até hoje por sua importância histórica e literária.

Fundador do VESTMapaMental, professor de Redação, Português e Literatura, e mentor especializado na preparação de estudantes para o ENEM e Vestibulares, com foco em aprovação em Medicina. Com uma abordagem estratégica, didática e motivadora, Lucas transforma conteúdos complexos em mapas mentais claros e eficazes, guiando alunos rumo às maiores notas e aos seus sonhos universitários.