Intervenção Oribe e Rosas
Intervenção de Oribe e Rosas – História do Brasil e da América do Sul
A Intervenção de Oribe e Rosas foi um episódio importante da política externa brasileira durante o Segundo Reinado, especialmente no governo de Dom Pedro II. Ocorreu entre os anos de 1851 e 1852, envolvendo o Império do Brasil, o Uruguai e a Confederação Argentina, em um contexto de disputas políticas e territoriais na região do Prata, no sul da América do Sul.
Contexto histórico
Na primeira metade do século XIX, a região do Rio da Prata (onde hoje estão Argentina e Uruguai) era marcada por conflitos entre projetos políticos rivais: de um lado, os federalistas, liderados por Juan Manuel de Rosas na Argentina e Manuel Oribe no Uruguai; de outro, os unitários e liberais, que buscavam governos mais centralizados e com relações amistosas com o Brasil.
Quem foram Rosas e Oribe?
- Juan Manuel de Rosas: governador da província de Buenos Aires e principal líder da Confederação Argentina. Defendia o federalismo, o nacionalismo e era contrário à influência do Brasil e da Inglaterra na região.
- Manuel Oribe: político uruguaio e aliado de Rosas. Foi presidente do Uruguai e posteriormente deposto por rivais do Partido Colorado, apoiado pelo Brasil.
Motivos da intervenção brasileira
O Brasil via com preocupação o fortalecimento de Rosas e Oribe, pois representavam um risco ao equilíbrio político da região e ameaçavam os interesses brasileiros no sul. Além disso, o Brasil mantinha fortes laços comerciais com o Uruguai e não aceitava a influência excessiva da Argentina sobre o país vizinho.
Em 1851, o Império do Brasil decidiu intervir no Uruguai para derrubar Oribe e conter Rosas. Essa ação contou com o apoio dos uruguaios do Partido Colorado e de dissidentes argentinos contrários a Rosas.
A Guerra contra Rosas
O conflito se estendeu até 1852. As forças brasileiras, aliadas a tropas uruguaias e argentinas opositoras de Rosas (lideradas por Justo José de Urquiza), enfrentaram o exército da Confederação Argentina. A batalha decisiva ocorreu em Caseros, nos arredores de Buenos Aires, onde Rosas foi derrotado e exilado na Inglaterra.
Consequências da intervenção
- Queda de Rosas: com sua derrota, a Confederação Argentina foi reorganizada, e os unitários ganharam força política.
- Influência brasileira aumentou: o Brasil fortaleceu sua posição no Uruguai e na região do Prata, consolidando alianças e garantindo estabilidade nos países vizinhos.
- Relações diplomáticas: o episódio marcou uma nova fase na política externa brasileira, com mais envolvimento nos assuntos do Cone Sul.
- Aliança com o Partido Colorado: o Brasil manteve apoio ao Partido Colorado no Uruguai, o que geraria futuras tensões e intervenções.
Importância para o ENEM
A Intervenção de Oribe e Rosas é um tema relevante para o ENEM porque envolve temas como política externa do Brasil no século XIX, relações diplomáticas sul-americanas, formação dos Estados nacionais e conflitos regionais. Além disso, mostra como o Brasil atuava para garantir seus interesses na América do Sul, especialmente no contexto do Segundo Reinado.
Resumo dos pontos principais
- Juan Manuel de Rosas e Manuel Oribe eram aliados federalistas contrários aos interesses do Brasil.
- O Brasil interveio no Uruguai para apoiar o Partido Colorado e enfraquecer a influência da Confederação Argentina.
- Em 1852, Rosas foi derrotado na Batalha de Caseros com ajuda brasileira e exilado.
- O Brasil ampliou sua influência política e militar na região do Prata.
- O tema envolve política externa, relações sul-americanas e interesses estratégicos do Brasil no século XIX.
Compreender a Intervenção de Oribe e Rosas ajuda a entender a atuação do Brasil como potência regional no século XIX e como os conflitos no Cone Sul influenciaram a construção das fronteiras e alianças na América do Sul.