Política Interna do Segundo Reinado
Política Interna do Segundo Reinado – Brasil
O Segundo Reinado no Brasil ocorreu entre 1840 e 1889, durante o governo de Dom Pedro II. Foi um período marcado por estabilidade política, crescimento econômico e grandes transformações sociais. A política interna desse período buscou manter a ordem, fortalecer o Império e controlar os conflitos regionais.
Contexto político
Após o Período Regencial, o país buscava superar as revoltas provinciais e consolidar o poder central. Dom Pedro II assumiu o trono ainda jovem, em 1840, com a chamada “Maioridade”, que antecipou sua coroação para evitar instabilidade. A política interna do Segundo Reinado foi marcada por um equilíbrio entre o poder do Imperador, o Parlamento e as elites agrárias.
Partidos políticos
Durante esse período, destacaram-se dois partidos principais que se revezaram no poder:
- Partido Conservador: defendia a manutenção da ordem, o centralismo e os interesses da elite rural. Era mais favorável à manutenção do sistema escravista;
- Partido Liberal: buscava maior autonomia para as províncias, reformas políticas e, em alguns casos, o fim gradual da escravidão.
Apesar das diferenças, ambos os partidos estavam ligados às elites econômicas e trabalhavam para preservar os interesses dessas classes.
Política do Café com Leite e o Poder Moderador
O Brasil era uma sociedade agrária, com a economia baseada no café e outros produtos agrícolas. As oligarquias estaduais, especialmente de São Paulo (café) e Minas Gerais (leite), tinham grande influência política, dando origem ao chamado “café com leite”.
O Poder Moderador era um instrumento exclusivo do Imperador, que lhe dava autoridade para intervir nos outros poderes, dissolver o Parlamento e nomear ministros. Isso garantiu a estabilidade política e o controle das elites sobre o governo.
Questão social e movimentos internos
Apesar da estabilidade política, o Segundo Reinado enfrentou diversos conflitos sociais e regionais:
- Escravidão: principal base da economia, mas cada vez mais contestada. O movimento abolicionista ganhou força nas últimas décadas;
- Revoltas regionais: como a Balaiada, a Farroupilha e a Cabanagem, que mostraram a insatisfação das camadas populares e regiões periféricas;
- Imigração: incentivada para suprir a mão de obra após o fim gradual da escravidão;
- Industrialização: início da modernização econômica nas cidades, embora ainda limitada.
Reformas e leis importantes
- Lei Eusébio de Queirós (1850): proibiu o tráfico de escravos africanos;
- Lei do Ventre Livre (1871): libertava filhos de escravos nascidos a partir daquela data;
- Lei dos Sexagenários (1885): libertava escravos com mais de 60 anos;
- Lei Áurea (1888): aboliu oficialmente a escravidão no Brasil;
Fim do Segundo Reinado
O aumento das tensões sociais, a crise econômica e o desgaste da monarquia culminaram na Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889. O imperador Dom Pedro II foi deposto e o Brasil tornou-se uma república federativa.
Importância para o ENEM
Compreender a política interna do Segundo Reinado é fundamental para o ENEM, pois esse tema relaciona o contexto político, social e econômico do Brasil no século XIX, explicando o processo de transição do Império para a República e os conflitos que marcaram essa fase histórica.
Resumo dos principais pontos
- O Segundo Reinado foi um período de estabilidade política entre 1840 e 1889, sob Dom Pedro II.
- Destacaram-se os partidos Conservador e Liberal, ligados às elites agrárias.
- O Poder Moderador garantia o controle do Imperador sobre o governo.
- Houve conflitos sociais ligados à escravidão, revoltas regionais e início da industrialização.
- Leis importantes foram criadas para o fim da escravidão, culminando na Lei Áurea de 1888.
- O período terminou com a Proclamação da República em 1889.
Estudar esse tema ajuda a entender a formação política do Brasil e os desafios enfrentados antes da República, um conteúdo frequente no ENEM.