Regência de Araújo Lima (1837-1840) – Brasil Império
Regência de Araújo Lima (1837-1840) – Brasil Império
A Regência de Araújo Lima, também conhecida como Regência Una Permanente, foi um dos períodos mais importantes do Brasil Império. Ela ocorreu entre 1837 e 1840 e marcou o fim da fase das regências e o início da transição para o Segundo Reinado.
Durante esse tempo, o Brasil era governado por regentes porque D. Pedro II ainda era menor de idade. Após as experiências anteriores com regências trinas e com o avanço das instabilidades políticas e revoltas regionais, o Parlamento decidiu centralizar o poder em um único regente. Foi assim que Pedro de Araújo Lima assumiu o governo como Regente Único.
Quem foi Araújo Lima?
Araújo Lima era um político conservador, nascido em Pernambuco, com forte atuação no cenário político nacional. Sua escolha refletiu a necessidade de estabilizar o país após anos de instabilidade e conflitos armados. Ele era defensor da centralização do poder e da autoridade do governo imperial sobre as províncias.
Contexto Histórico
Antes de sua regência, o Brasil passou por diversas revoltas e conflitos regionais, como a Cabanagem (Pará), a Sabinada (Bahia), a Balaiada (Maranhão) e a Farroupilha (Sul do país). Essas rebeliões eram motivadas, em grande parte, pelo descontentamento das províncias com a centralização política e pelas más condições econômicas e sociais.
Além disso, o país enfrentava dificuldades econômicas, disputas entre liberais e conservadores e problemas relacionados à escravidão e ao trabalho livre.
Características do Governo de Araújo Lima
- Centralização do poder: Araújo Lima trabalhou para reforçar o poder do governo central, enfraquecendo a autonomia das províncias.
- Combate às revoltas: Durante seu governo, o exército foi fortalecido e enviado para reprimir as rebeliões em diversas regiões.
- Ascensão dos conservadores: Araújo Lima representava os interesses do partido conservador, que defendia a ordem, a autoridade central e o papel das elites tradicionais no comando do país.
- Preparo para o Segundo Reinado: Seu governo foi responsável por pavimentar o caminho para a maioridade de D. Pedro II, que seria antecipada em 1840.
A Política do Regresso
Um dos marcos da Regência de Araújo Lima foi a chamada Política do Regresso. Essa política tinha como objetivo reverter algumas medidas descentralizadoras da Regência anterior, como o Ato Adicional de 1834, que havia dado maior autonomia às províncias. Com essa nova política, o governo central buscou retomar o controle e estabilizar o país, argumentando que a descentralização era uma das causas das revoltas.
Fim da Regência e Golpe da Maioridade
Mesmo com os esforços de Araújo Lima, a pressão popular e das elites políticas crescia para que D. Pedro II assumisse o trono. Assim, em 1840, foi organizado o Golpe da Maioridade, no qual o jovem imperador, com apenas 14 anos, foi declarado maior de idade e assumiu o poder, iniciando o Segundo Reinado.
Importância para o ENEM
Para o ENEM, é essencial entender que a Regência de Araújo Lima representa o auge da tentativa de centralização política no Brasil Império. Foi um período de transição marcado pelo autoritarismo regencial, repressão de movimentos populares e preparação do país para o reinado de D. Pedro II. Além disso, esse tema se conecta com os conceitos de Estado, cidadania, conflito social e estrutura política — todos comuns nas provas de ciências humanas.
Resumo dos Pontos-Chave
- Araújo Lima foi regente único entre 1837 e 1840.
- Seu governo representou o fortalecimento da centralização política.
- Foi marcado por repressão de revoltas regionais.
- Implementou a Política do Regresso.
- Preparou o país para o Segundo Reinado, culminando no Golpe da Maioridade.
Compreender a Regência de Araújo Lima ajuda a perceber como o Brasil enfrentou seus primeiros desafios como país independente e como se formou o modelo político que daria base ao Segundo Reinado.