
Regência de Dom Pedro
Regência de Dom Pedro – Brasil Império
Após a abdicação de Dom Pedro I em 1831, o Brasil entrou em um período de instabilidade política chamado de Período Regencial. Como Dom Pedro II ainda era criança, o país foi governado por regentes até ele atingir a maioridade. Esse período durou de 1831 a 1840 e foi marcado por disputas políticas, revoltas populares e mudanças importantes nas estruturas do Império.
Contexto da Abdicação
Dom Pedro I enfrentava críticas por sua ligação com Portugal, autoritarismo e pela crise econômica no país. Além disso, sua participação na política portuguesa causava desconfiança. Diante da pressão popular e da elite brasileira, ele abdicou do trono em 7 de abril de 1831, deixando o governo para seu filho, Dom Pedro II, que tinha apenas 5 anos de idade.
Como funcionou o governo durante a Regência?
Como o imperador era menor de idade, criou-se um governo provisório com regentes que representavam o poder imperial. Esse sistema durou quase 10 anos e passou por três fases principais:
1. Regência Trina Provisória (1831)
Formada por três regentes escolhidos temporariamente pelo Senado. Seu papel era manter a ordem até que uma solução definitiva fosse aprovada.
2. Regência Trina Permanente (1831–1835)
Eleita pela Assembleia Geral, essa regência buscava garantir a continuidade do Império, mas enfrentou conflitos entre os grupos políticos que disputavam o poder.
3. Regência Una (1835–1840)
Para tentar dar mais estabilidade, a regência passou a ser exercida por uma única pessoa. O primeiro regente uno foi Feijó, seguido por Araújo Lima. Esse modelo concentrava mais poder nas mãos de um regente, o que agradava setores conservadores da sociedade.
Grupos Políticos do Período Regencial
- Moderados: defendiam a monarquia e reformas graduais.
- Liberais exaltados: queriam maior autonomia para as províncias e até mesmo o federalismo.
- Restauradores: apoiavam o retorno de Dom Pedro I ao trono.
Com o tempo, surgiram os partidos Liberal e Conservador, que dominaram a política do Segundo Reinado.
Principais Revoltas do Período Regencial
Esse foi um dos períodos mais instáveis da história do Brasil, marcado por várias revoltas populares e regionais:
- Cabanagem (PA): revolta de camponeses e indígenas contra a elite local e o governo imperial.
- Sabinada (BA): movimento separatista que queria uma república na Bahia até Dom Pedro II assumir o poder.
- Balaiada (MA): levante popular com forte participação de negros, pobres e vaqueiros.
- Revolução Farroupilha (RS): conflito mais duradouro, com ideais separatistas e republicanos.
Essas revoltas mostraram o descontentamento de diferentes grupos sociais e regiões com o governo centralizado do Império.
Ato Adicional de 1834
Foi uma emenda à Constituição de 1824 que buscava atender às pressões dos liberais. Suas principais medidas foram:
- Criação das Assembleias Legislativas Provinciais;
- Transformação da regência em uno (um só regente);
- Autonomia maior para as províncias decidirem sobre assuntos locais.
Apesar de atender parte das demandas, o Ato Adicional também gerou mais conflitos, pois descentralizou o poder em um momento de instabilidade.
Golpe da Maioridade (1840)
Para pôr fim à crise e garantir estabilidade, os liberais promoveram o Golpe da Maioridade, antecipando a maioridade de Dom Pedro II para que ele pudesse assumir o trono com apenas 14 anos. A estratégia deu certo, e o Segundo Reinado começou em 1840.
Resumo Final
- Período Regencial: 1831 a 1840 (entre Dom Pedro I e Dom Pedro II);
- Foi marcado por: instabilidade política, revoltas populares e disputas entre grupos políticos;
- Teve 3 fases: Regência Trina Provisória, Regência Trina Permanente e Regência Una;
- Grandes revoltas: Cabanagem, Balaiada, Sabinada e Revolução Farroupilha;
- Fim: Golpe da Maioridade, que colocou Dom Pedro II no poder aos 14 anos.
O Período Regencial é essencial para entender como o Brasil enfrentou grandes desafios para manter a unidade territorial e preparar o país para o Segundo Reinado. No ENEM, esse tema pode aparecer tanto em questões sobre política imperial quanto em contextos sociais e regionais.
Fundador do VESTMapaMental, professor de Redação, Português e Literatura, e mentor especializado na preparação de estudantes para o ENEM e Vestibulares, com foco em aprovação em Medicina. Com uma abordagem estratégica, didática e motivadora, Lucas transforma conteúdos complexos em mapas mentais claros e eficazes, guiando alunos rumo às maiores notas e aos seus sonhos universitários.