Graciliano Ramos
Graciliano Ramos – Literatura Brasileira
Graciliano Ramos foi um dos principais escritores brasileiros do século XX, pertencente à segunda fase do Modernismo, também conhecida como a fase da prosa regionalista. Sua obra é marcada pela crítica social, linguagem enxuta e retrato profundo das condições humanas no sertão nordestino. É um autor frequentemente cobrado em vestibulares e no ENEM, por abordar temas como injustiça, miséria, poder e alienação.
Contexto histórico
Graciliano Ramos nasceu em 1892, na cidade de Quebrangulo, em Alagoas. Viveu intensamente o contexto do Brasil rural do início do século XX, marcado por seca, pobreza, coronelismo e desigualdades sociais. Também foi político: chegou a ser prefeito e, mais tarde, foi preso durante o governo de Getúlio Vargas por motivos ideológicos.
Essas vivências influenciaram profundamente sua obra, que tem como cenário principal o sertão nordestino e como foco os dramas individuais e coletivos das pessoas que vivem em situações-limite.
Características da obra
- Linguagem seca e precisa: Graciliano não usava palavras desnecessárias. Seu estilo é direto e objetivo, refletindo o ambiente árido do sertão.
- Foco psicológico: Ele mergulha na mente de seus personagens, revelando angústias, medos, dúvidas e conflitos internos.
- Crítica social: Denuncia a desigualdade, a opressão política e a miséria.
- Ambientes áridos e opressores: O sertão aparece como símbolo de abandono e sofrimento.
Principais obras
1. Vidas Secas (1938)
É sua obra mais famosa. Narra a trajetória de uma família de retirantes (Fabiano, Sinhá Vitória, dois filhos sem nome e a cachorra Baleia) que luta para sobreviver à seca e à pobreza. A linguagem é seca, espelhando a vida dos personagens. Os capítulos podem ser lidos isoladamente, como contos interligados.
Temas centrais: miséria, desumanização, seca, opressão social e falta de perspectiva.
2. São Bernardo (1934)
É a história de Paulo Honório, um ex-trabalhador rural que se torna fazendeiro rico, mas autoritário e solitário. A narrativa em primeira pessoa mostra seu ponto de vista distorcido, revelando um homem marcado pela obsessão pelo poder e pelo controle.
Temas centrais: autoritarismo, alienação, luta de classes e falta de afeto.
3. Angústia (1936)
Romance introspectivo e psicológico. Acompanha Luís da Silva, um funcionário frustrado que vive isolado e angustiado. O livro explora a mente do personagem, suas paranoias e sua instabilidade emocional.
Temas centrais: ansiedade existencial, solidão, opressão social e mental.
4. Infância (1945)
Obra autobiográfica em que Graciliano relembra sua infância. Não é um relato idealizado: ele expõe as dificuldades, medos e rigidez do ambiente em que cresceu.
Temas centrais: repressão, autoritarismo familiar e construção da identidade.
Importância no ENEM
Graciliano Ramos é importante para o ENEM porque sua obra:
- Mostra a realidade do sertão e das camadas marginalizadas da sociedade;
- Tem crítica social, coerente com temas como desigualdade, exclusão e direitos humanos;
- Explora conflitos psicológicos e existenciais, comuns em questões de interpretação de texto;
- Aborda temas como seca, fome, alienação, opressão e injustiça, todos relevantes nas provas interdisciplinares.
Dicas para a prova
- Preste atenção na linguagem objetiva e no estilo direto do autor;
- Fique atento aos conflitos internos dos personagens, muitas vezes silenciosos ou reprimidos;
- Relacione os temas sociais da obra com realidades atuais abordadas em outras disciplinas;
- Leia trechos de “Vidas Secas” com cuidado: a narrativa fragmentada e simbólica exige interpretação crítica.
Conclusão
Graciliano Ramos é um dos maiores nomes da literatura brasileira. Com sua escrita direta, ele retratou como poucos a dureza da vida no sertão e os dilemas humanos diante de condições sociais injustas. Ler Graciliano é essencial para quem quer entender melhor o Brasil profundo – e para se sair bem na prova do ENEM.
