Murilo Mendes
Murilo Mendes – Modernismo
Murilo Mendes foi um dos principais nomes da segunda fase do Modernismo no Brasil. Poeta original e profundo, ele misturou temas sociais, religiosos, surrealistas e existenciais em seus versos. Sua obra é marcada por reflexões filosóficas, imagens inusitadas e uma linguagem criativa e inovadora.
Quem foi Murilo Mendes?
Murilo Mendes nasceu em Juiz de Fora (MG), em 1901, e morreu em Portugal, em 1975. Começou a carreira como funcionário público, mas logo se destacou como poeta. Participou ativamente da vida literária brasileira e fez amizade com outros modernistas, como Carlos Drummond de Andrade e Jorge de Lima.
Teve forte influência do Surrealismo, movimento artístico e literário europeu que valorizava o inconsciente, os sonhos e a imaginação. Também se aproximou da poesia religiosa e mística, especialmente após sua conversão ao catolicismo.
Contexto literário: Segunda fase do Modernismo
A segunda fase do Modernismo, também chamada de fase de consolidação (1930-1945), foi marcada por maior aprofundamento temático e maior cuidado estético. Os autores buscavam equilíbrio entre forma e conteúdo, e discutiam temas como desigualdade social, política, religiosidade e identidade brasileira.
Murilo Mendes se destaca nesse período pela sua poesia lírica, reflexiva e original, misturando o cotidiano com o fantástico, o espiritual com o histórico, e o sagrado com o profano.
Características da obra de Murilo Mendes
- Surrealismo: Presença de imagens oníricas (de sonho), associações inesperadas e liberdade de expressão criativa.
- Temas religiosos: A fé cristã e os questionamentos espirituais aparecem em muitos de seus poemas.
- Crítica social: Algumas obras abordam injustiças sociais e desigualdades humanas.
- Experimentação estética: Uso inovador da linguagem, com jogos de palavras, neologismos e metáforas ousadas.
- Intertextualidade: Referências a outras obras, autores, personagens históricos e acontecimentos culturais.
Principais obras
- “Poemas” (1930): Primeiro livro publicado. Já mostra o estilo inovador, com traços surrealistas.
- “Bumba-Meu-Poeta” (1936): Título que brinca com o nome da festa popular “bumba-meu-boi”. Mistura tradição e modernidade, com humor e crítica.
- “Tempo e Eternidade” (1935): Escrito em parceria com Jorge de Lima. Poemas com forte influência religiosa e filosófica.
- “A Poesia em Pânico” (1938): Obra marcante pela angústia existencial e pela visão trágica da realidade.
- “O Visionário” (1941): Poesia simbólica e espiritual, cheia de imagens surpreendentes.
Murilo Mendes e o ENEM
No ENEM, é comum que questões sobre Murilo Mendes apareçam dentro do contexto do Modernismo brasileiro, especialmente da segunda fase. É importante saber identificar as características da sua poesia, como:
- Uso de imagens inesperadas (influência surrealista);
- Reflexões sobre o tempo, o divino, o homem e a sociedade;
- Combinação entre cultura popular e erudita;
- Linguagem criativa e experimental.
Além disso, fique atento às intertextualidades e aos elementos simbólicos nos poemas. O ENEM valoriza a capacidade de interpretação de textos e de conexão entre conteúdo literário e contexto histórico/social.
Resumo para revisar
- Murilo Mendes foi um poeta modernista da segunda fase (1930-1945);
- Usou elementos do surrealismo e da poesia religiosa;
- Fez crítica social e experimentou com a linguagem;
- Obras importantes: “Poemas”, “Bumba-Meu-Poeta”, “A Poesia em Pânico”, entre outras;
- Sua poesia mistura sonho, religião, arte e crítica;
- No ENEM, pode aparecer em questões de interpretação ou contexto literário.
Estudar Murilo Mendes é importante para compreender a riqueza da poesia brasileira moderna, que vai além da crítica política e social e entra em questões profundas da existência humana, da fé e da arte.