Regência de Feijó – Brasil Império
Regência de Feijó – Brasil Império
A Regência de Feijó foi um dos momentos mais importantes do Período Regencial (1831-1840) no Brasil Império. Após a abdicação de Dom Pedro I em 1831, o país passou a ser governado por regentes, já que o herdeiro, Dom Pedro II, ainda era menor de idade. Esse período foi marcado por muitas disputas políticas e rebeliões, e a regência de Diogo Antônio Feijó (1835-1837) teve um papel decisivo nesse cenário.
1. Contexto Histórico
Após a saída de Dom Pedro I, o Brasil entrou em uma fase de instabilidade. As elites políticas estavam divididas entre dois grupos principais:
- Liberais Moderados: defendiam reformas lentas, manutenção da ordem e mais autonomia às províncias.
- Conservadores (também chamados de Restauradores): desejavam um governo central forte e, em alguns casos, o retorno de Dom Pedro I ao poder.
Durante esse período, o governo era exercido por regentes eleitos ou indicados para manter a administração do Império até a maioridade do imperador.
2. Quem foi Diogo Antônio Feijó?
Feijó era um padre, político e defensor de ideias liberais. Ele acreditava na modernização do país e em maior autonomia para as províncias. Era também um dos líderes do grupo dos liberais moderados.
Em 1835, ele foi eleito regente uno (ou seja, regente sozinho), tornando-se o primeiro chefe de Estado do Brasil a chegar ao cargo por meio de eleição direta nacional (ainda que com sufrágio censitário).
3. Principais Ações e Desafios da Regência de Feijó
O governo de Feijó enfrentou muitos desafios, como:
- Revoltas provinciais: Nesse período, diversas rebeliões eclodiram, como a Cabanagem (Pará), a Sabinada (Bahia) e a Farroupilha (Rio Grande do Sul). Isso mostrava a insatisfação com o poder central e a desigualdade regional.
- Fragilidade do Exército: As forças armadas eram mal estruturadas, o que dificultava a repressão dos movimentos revoltosos.
- Criação da Guarda Nacional: Feijó fortaleceu a Guarda Nacional para tentar manter a ordem, mas ela acabou ficando nas mãos das elites locais, o que enfraqueceu o controle do governo central.
- Conflitos com os conservadores: Feijó teve dificuldades em manter alianças no Congresso, que era dominado por políticos conservadores contrários às suas ideias.
4. Renúncia de Feijó
Devido à instabilidade política, à pressão dos conservadores e às dificuldades em lidar com as revoltas, Feijó acabou renunciando em 1837. Em seu lugar assumiu Pedro de Araújo Lima, futuro Marquês de Olinda, que representava o grupo conservador.
A renúncia de Feijó marcou o enfraquecimento dos ideais liberais e o retorno ao controle centralizado do Império pelos conservadores. Esse movimento preparou o caminho para o Golpe da Maioridade, que antecipou a coroação de Dom Pedro II em 1840.
5. Importância da Regência de Feijó
A regência de Feijó é importante porque foi um momento em que o Brasil experimentou uma forma de governo mais descentralizada, com maior participação das províncias. Também foi um dos primeiros testes de uma liderança eleita nacionalmente.
No entanto, a falta de estrutura do Estado e as disputas políticas mostraram as dificuldades em manter a unidade nacional nesse modelo.
6. Regência de Feijó no ENEM
O ENEM costuma abordar esse período relacionando os seguintes temas:
- A crise do modelo centralizador do Império;
- O surgimento das revoltas regenciais e suas causas;
- A polarização entre liberais e conservadores;
- A construção da autoridade política no Brasil pós-Independência.
É importante entender que a Regência foi um momento de transição, em que o país buscava se consolidar politicamente após a Independência, enfrentando tensões sociais, econômicas e regionais.
Resumo Final
- Feijó foi o primeiro regente eleito pelo povo, representando os ideais liberais.
- Seu governo enfrentou revoltas, instabilidade e oposição política.
- Renunciou em 1837 e deu lugar aos conservadores, que retomaram o controle político.
- Sua regência revelou os desafios do Brasil em se organizar politicamente no século XIX.
Entender a Regência de Feijó é fundamental para compreender a formação do Estado brasileiro e as dificuldades encontradas até a consolidação do Segundo Reinado.