Categoria: Redação

  • Revisar a Redação

    Esquecer uma vírgula ou um acento são erros pequenos, mas que podem te prejudicar na correção. Muitas vezes nos preocupamos com o todo, em ter coerência e coesão ou em deixar bem embasada nossa argumentação, mas esquecemos de rever detalhes do texto.

    Sendo assim, a dica é: depois de tudo pronto, leia com muita atenção! Se necessário, leia mais de uma vez. Se for possível, faça também uma leitura em voz alta, pois quando falamos fica mais fácil de perceber alguns problemas estruturais em nossas frases.

    Se você estiver fazendo a redação em casa, peça para seus pais ou algum amigo ler ou ouvir você lendo. Em muitos casos, uma segunda opinião consegue captar erros que nós não conseguimos sozinhos.

    O importante é revisar com muita atenção! Nunca entregue seu texto sem fazer ao menos duas leituras.

    Escrever pode parecer um pesadelo para algumas pessoas. E isso piora quando o assunto é revisar a redação. Isso ocorre porque os estudantes ficam mais nervosos na hora da prova, alguns não sabem o que revisar primeiro e outros têm preguiça de fazer isso antes de entregar o texto.

    Para fazer isso de um jeito eficaz, confira o que você deve fazer para garantir uma revisão excelente da sua redação:

    ELIMINE AS PALAVRAS DESNECESSÁRIAS

    Existem algumas palavras que não fazem tanta diferença no seu texto e que, em alguns casos, só atrapalham o entendimento dele. Para acabar com isso, revise sua redação e busque todas aquelas que não agregam valor, como “hoje em dia”. Quando você faz isso, o texto fica mais claro e facilita a leitura.

    SEJA COESO

    Sabe quando as pessoas dizem que as histórias precisam ter começo, meio e fim? Pois bem, o seu texto também precisa disso. No momento em que você revisar o que produziu, fique atento para perceber se todas as ideias estão bem interligadas e se não há pontas soltas.

    Em alguns casos, quando você está cansado no vestibular, por exemplo, você pode escrever algo que não está tão coeso. Caso isso aconteça, faça as mudanças necessárias nos parágrafos e deixe tudo bem explicado.

    FAÇA FRASES BEM ESTRUTURADAS

    Se você repetir a mesma estrutura de frase 10 vezes durante o texto, pode ser que o seu leitor fique entediado e acredite que a sua produção não seja inovadora. Para ficar bem longe disso, mescle frases diretas e indiretas (mas tenha cuidado para não fazer uma bagunça desordenada, senão isso só piora o entendimento do texto), use sinônimos e traga exemplos para explicar o seu pensamento ao leitor.

    DÊ UM BASTA NAS PALAVRAS REPETIDAS

    Com bastante treino, você consegue pensar em sinônimos e outros modos de se expressar na sua redação. Assim, na hora de escrever, você também consegue ver com mais facilidade quais as palavras foram repetidas e resolver isso num piscar de olhos.

    Vale lembrar que, além de treinar bastante as redações na escola, você também pode exercitar o hábito de leitura para enriquecer o seu vocabulário.

  • Estruturar o texto

    Um grande sábio já disse: organização é o segredo para atingir o sucesso.
    Brincadeira, inventei essa frase agora, mas ela não deixa de ser verdade.

    Uma das primeiras coisas que você deve aprender é a organizar e estruturar o seu texto.

    Primeiro, vamos entender como a dissertação funciona. Ela é dividida em três partes: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.

    INTRODUÇÃO

    É a parte do texto em que se coloca a ideia-chave, o assunto da dissertação. A partir da ideia principal é que se desenvolve o resto do texto, onde você pode justificar e apresentar fatos que comprovem sua tese.

    A tese não deve ser confundida com o tema. Ela é uma proposição sobre o tema, um posicionamento claro e fácil de ser absorvido pelo leitor, em torno da qual se desenvolvem os argumentos que tentam comprová-la.

    Os parágrafos de desenvolvimento são os que vão dar sustentação à tese apresentada na introdução. É esse o momento de justificar, demonstrar, provar as declarações feitas na introdução. Os parágrafos de desenvolvimento devem ser marcados pela progressão, ou seja, o texto deve ser construído de forma que vá apresentando novas informações, claras e pertinentes. Ou seja, nada de enrolação ou de repetição desnecessária do que já foi dito!

    Para facilitar sua argumentação, você pode separar o desenvolvimento de cada ideia em um parágrafo diferente.

    DESENVOLVIMENTO

    Além de apresentar fatos que fundamentem a sua dissertação, é importante que você também aponte argumentos contrários e que aponte porque, de acordo com a sua tese, eles não são verdadeiros.

    Afinal, dissertação não é um artigo de opinião, o que significa que as opiniões contrárias também devem ser consideradas.

    CONCLUSÃO

    Parte final do texto. Mas é preciso que uma coisa fique clara: concluir não é simplesmente “terminar” o texto. A conclusão é feita de comentários que confirmam os aspectos desenvolvidos nos parágrafos anteriores. É o momento de oferecer uma solução ou demonstrar algum tipo de expectativa em relação à sua tese e ao assunto como um todo.

    Atenção: a conclusão não é o momento de levantar questionamentos que não tenham sido esclarecidos nos parágrafos argumentativos, portanto EVITE frases interrogativas.

  • Selecione os argumentos

    Como aprofundar sua argumentação na redação

    Seu texto, mesmo que esteja completo, coerente, enriquecido de operadores argumentativos e bem trabalhado quanto à adequação ao tema, não será considerado digno da nota máxima se os argumentos não tiverem profundidade de reflexão e desenvolvimento.

    O que é argumentar?

    Segundo o Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa Michaelis, argumentar é:

    • Apresentar fatos, provas ou argumentos;
    • Tirar as consequências de um princípio ou fato;
    • Concluir, deduzir;
    • Chamar à discussão, provocar controvérsia, discutir;
    • Expor como argumento, alegar;
    • Apresentar ou enunciar argumentação sobre algum assunto.

    Percebe o que se pretende aqui? Explicar melhor algo que só foi citado. Esse é o objetivo de aprofundar sua argumentação.

    Exemplo prático: Redação do Enem 2017

    Observe o seguinte parágrafo sobre o tema “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”:

    Outro aspecto a ser discutido são os cursos de licenciatura, voltados para a formação do profissional que atuará como professor, que apresentam uma defasagem no ensino de metodologias que respeitem a condição de pessoas com deficiências, como os surdos. Devido a isso, os docentes não são aptos a atender às necessidades específicas desses alunos, o que acaba os desmotivando. Como consequência disso, as taxas de evasão escolar crescem. Em 2010, o Censo apresentou dados que apontam que 61% das pessoas com deficiência com 15 anos ou mais não possuem o ensino fundamental completo ou não tiveram acesso a qualquer nível de instrução.

    Veja como o parágrafo é estruturado:

    • Problema apresentado: Falta de capacitação docente;
    • Consequências discutidas: Desmotivação e evasão escolar;
    • Dado comprovando: Estatística do Censo de 2010.

    Assim, a argumentação ganha profundidade e comprovação. Isso é essencial para alcançar notas elevadas na Competência III da redação do Enem.

    Por que esse processo é tão importante?

    A Competência III exige que o participante selecione, relacione, organize e interprete informações em defesa de um ponto de vista. Isso significa argumentar com clareza, lógica e profundidade.

    3 Dicas básicas para aprofundar sua argumentação

    1. Use dados;
    2. Referencie situações conhecidas;
    3. Escolha os argumentos mais fortes.

    Sabemos que é difícil decorar dados estatísticos sobre todos os temas possíveis. Mas você pode ter algumas “cartas na manga”: dados sobre educação, saúde e meio ambiente, por exemplo. Além disso, use os textos motivadores da proposta de redação a seu favor.

    E se não tiver dados?

    Sem problemas! Você pode:

    • Usar fatos noticiados;
    • Relatar acontecimentos reais que exemplifiquem sua tese;
    • Descrever situações com clareza e propriedade.

    Além disso, seja específico e impactante. Por exemplo, em vez de dizer que o cigarro faz mal, afirme que ele pode causar doenças respiratórias fatais. Depois, apresente dados que sustentem isso.

    Regra de ouro

    Questione sempre: o argumento está claro? É autoexplicativo? Comprovado? Quanto mais completas forem suas justificativas, menos brechas o corretor encontrará.

    Repertório sociocultural é essencial

    Para argumentar bem, você precisa ter conteúdo. Leia notícias, assista a documentários, debata, informe-se! Só assim você conseguirá elaborar argumentos sólidos e convincentes.


  • Organize suas Ideias

    Organização: A Base para uma Boa Redação

    Não é possível formar uma roda na sala de aula para um debate sem ser organizado, muito menos escrever uma redação. Para escrever uma boa redação, a organização é essencial: ela não só ajuda a construir e encaixar ideias como também economiza tempo.

    Ao conhecer o tema da redação, é hora de colocar o cérebro para funcionar. No caso de uma dissertação, você precisa separar e organizar suas ideias para que esteja pronto para iniciar o texto já tendo em mente a estrutura que irá seguir.

    Não comece a escrever contando com a sorte ou esperando que ideias brilhantes surjam do nada. Planeje antes: tenha clareza sobre a base da introdução, desenvolvimento e conclusão antes de começar a escrever.

    As redações de vestibulares geralmente não trazem temas simples como os da infância (“minhas férias”, por exemplo) ou assuntos diretos como “11 de setembro”. Os temas são mais complexos e exigem do candidato reflexão, compreensão e organização para construir um bom texto dissertativo.

    Passo a passo para organizar sua redação

    • Leia atentamente a proposta e o tema da redação.
    • Crie uma lista com 10 palavras relacionadas ao tema.
    • Liste 7 pontos principais que podem ser abordados sobre o tema.
    • Escolha 3 pontos-chave entre os 7 listados anteriormente.
    • Organize a forma como esses 3 pontos aparecerão no texto. Exemplo: o ponto 1 será usado na introdução? No desenvolvimento?
    • Desenvolva suas ideias com base nesses pontos selecionados.
    • Inicie a redação focando somente nos pontos escolhidos, evitando fugir do tema.

  • Tipos de Redações

    O Que é Redação?

    A redação tem bastante peso nas provas que dão acesso à Universidade. Para escrever uma boa redação, é fundamental ler e praticar. Além disso, é importante estar atento ao planejamento, à estrutura do texto, ao uso correto da língua e às regras essenciais da coerência e da coesão.

    As redações podem ser dissertativas, descritivas ou narrativas. Cada tipo de texto requer um cuidado especial.

    Principais Tipos de Redação

    1. Dissertação

    A dissertação é um texto argumentativo em que o escritor disserta sobre determinado assunto, porém sempre com um teor opinativo.

    O texto dissertativo é pautado na exposição de ideias, argumentos e ponto de vista do locutor. Apresenta uma estrutura básica dividida em três partes:

    • Introdução: apresentação da tese
    • Desenvolvimento: contraponto e argumentos (antítese)
    • Conclusão: reafirmação da ideia com solução ou proposta (nova tese)

    2. Descrição

    A descrição é um texto baseado na exposição ou relato de objetos, pessoas, lugares ou acontecimentos. É pautada na narração minuciosa na qual o locutor oferece uma impressão sobre algo.

    Ela pode ser:

    • Objetiva: quando é direta, simples e concreta
    • Subjetiva: quando apresenta emoção ou envolvimento pessoal

    3. Narração

    A característica mais marcante da narração é que o locutor conta ou narra um fato ou história. Por isso, os elementos básicos de uma narração são:

    • Enredo
    • Tempo
    • Espaço
    • Personagens

    A narração é feita por meio de um narrador, que pode ser:

    • Narrador-personagem (1ª pessoa): participa da história
    • Narrador-observador (3ª pessoa): apenas relata o que vê
    • Narrador-onisciente: conhece todos os pensamentos e sentimentos dos personagens, podendo intervir na narrativa

    Coerência

    A coerência está relacionada ao sentido global do texto. Um texto coerente apresenta uma lógica entre suas partes e é compreensível ao leitor.

    Para garantir coerência, é essencial observar três princípios:

    • Princípio da Não Contradição: evitar ideias que se contradizem
    • Princípio da Não Tautologia: evitar repetições desnecessárias
    • Princípio da Relevância: manter as ideias relacionadas entre si

    Assim, a coerência garante que o texto forme um “todo” significativo.

    Coesão

    A coesão textual está relacionada à forma como as partes do texto se conectam entre si. Vem do verbo “coerir”, ou seja, unir, ligar.

    Ela é obtida por meio do uso adequado dos conectivos, que garantem fluidez e harmonia à leitura.

    Principais elementos de coesão:

    • Conjunções
    • Preposições
    • Advérbios
    • Pronomes

    Tipos de conectivos e suas funções:

    • Prioridade
    • Tempo
    • Semelhança
    • Condição
    • Adição
    • Dúvida
    • Ênfase
    • Surpresa
    • Esclarecimento
    • Lugar
    • Conclusão
    • Finalidade
    • Causa e consequência
    • Explicação
    • Oposição ou ideias alternativas

    Estes elementos coesivos estabelecem a conexão entre frases, períodos e parágrafos, permitindo a organização clara e lógica das ideias.

  • Tipos de Relações

    Tipos de Relações na Redação: Fortalecendo sua Argumentação

    Para desenvolver uma redação dissertativo-argumentativa de qualidade, como a exigida no ENEM, é essencial apresentar argumentos consistentes e bem estruturados. Uma estratégia eficaz para alcançar isso é o uso de diferentes tipos de relações que conectam ideias e reforçam o ponto de vista do autor.

    Essas relações funcionam como fundamentos explicativos dos problemas sociais discutidos na redação, oferecendo profundidade à análise crítica.

    Principais Tipos de Relações Argumentativas

    • Relação Cultural: Aponta como certos problemas sociais são frutos de hábitos e comportamentos enraizados na cultura de um povo.
      Exemplo: A banalização da violência doméstica no Brasil decorre, muitas vezes, de uma cultura patriarcal historicamente consolidada.
    • Relação Econômica: Explica as dificuldades sociais a partir da desigualdade de renda, acesso a recursos e políticas públicas ineficazes.
      Exemplo: A falta de acesso à educação de qualidade está diretamente ligada à desigualdade econômica entre as regiões do país.
    • Relação Histórica: Analisa como acontecimentos do passado influenciam diretamente os problemas atuais.
      Exemplo: A marginalização de grupos indígenas é reflexo do processo de colonização e apagamento histórico de suas culturas.
    • Relação Política: Critica ou destaca a ausência de políticas públicas, legislações ou a má gestão governamental.
      Exemplo: A negligência do Estado na criação de políticas de saúde mental agrava os índices de suicídio entre jovens.
    • Relação Social: Mostra como o convívio em sociedade e a estrutura social influenciam os comportamentos e os problemas.
      Exemplo: A intolerância religiosa nasce da falta de empatia e do preconceito disseminado no meio social.
    • Relação Tecnológica: Aponta como os avanços tecnológicos impactam, positiva ou negativamente, o cotidiano e as relações humanas.
      Exemplo: O uso excessivo das redes sociais contribui para o aumento da ansiedade e da comparação entre os jovens.

    Por que essas relações são importantes?

    Ao utilizar esses tipos de relações, o estudante demonstra repertório sociocultural e capacidade de análise crítica, o que valoriza sua argumentação e contribui para uma nota elevada nas competências avaliadas, especialmente na Competência 3 (argumentação).

    Dica final:

    Durante a sua preparação, pratique usar diferentes tipos de relações em temas variados. Isso ampliará sua habilidade de argumentar com profundidade, coesão e originalidade.

  • Causa e Efeito

    Melhore sua Redação do Enem com Causa e Consequência

    Na redação do Enem, uma boa forma de melhorar sua argumentação e o equilíbrio entre as ideias, criando coesão e coerência no texto, é estabelecer relações de causa e consequência. Veja como fazer:

    Dificuldades no Desenvolvimento

    Uma das maiores dificuldades dos candidatos do Enem é a elaboração dos parágrafos de desenvolvimento. Como encaixar tantas ideias em apenas dois ou três parágrafos? Como demonstrar domínio do tema? Como apresentar seus argumentos de maneira objetiva? Como convencer o leitor do seu ponto de vista?

    Causa e Consequência

    No desenvolvimento da sua redação no Enem, uma das formas de melhorar a sua argumentação é utilizando relações de causa e consequência. Com elas, é possível relacionar críticas com maior facilidade, garantindo a coerência e coesão textuais.

    Veja abaixo como esse recurso pode ser utilizado:

    Exemplo: Tema “O que forma um atleta olímpico”

    “Embora seja essencial à formação do representante olímpico, no Brasil, amparo financeiro não faz parte do cotidiano dos nossos atletas. A exemplo disso, muitos dos nossos atletas, ao longo de suas carreiras, precisam apelar para ‘vaquinhas online’ e ajuda de amigos e familiares para se manterem no esporte.

    Essa falta de estabilidade reflete no desempenho dos atletas nas suas competições. O nadador César Cielo, por exemplo, não conquistou sua vaga olímpica justamente por estar enfrentando uma má fase fruto da inconstância na sua carreira devido às dificuldades financeiras.

    Dessa maneira, vê-se que, muito mais que apenas conquistar medalhas, um atleta olímpico merece ser reconhecido como um profissional cujas necessidades financeiras devem ser supridas por um salário mensal muito superior ao ‘bolsa–atleta’ atual, que desmerece o esforço do representante.”

    Estrutura usada

    • Tópico frasal: apresenta o contexto e posicionamento.
    • Causa: “precisam apelar para ‘vaquinhas online’…”
    • Consequência: “reflete no desempenho…”
    • Exemplo: “O nadador César Cielo…”
    • Fechamento crítico: reafirma a argumentação com base no exemplo.

    As relações de causa e consequência podem ser usadas em um único parágrafo ou divididas em dois — um para a causa e outro para a consequência.

    A Técnica da Bilateralidade

    A técnica da bilateralidade é indicada para temas complexos, exigindo não apenas um posicionamento a favor ou contra, mas uma análise crítica de ambos os lados.

    Exemplo: Tema “Liberdade de expressão – limites do humor e a intolerância”

    “Por um lado, a satirização e ironia de certos indivíduos, grupos ou situações não deve ser feita quando o propósito é apenas a estigmatização de certos ‘alvos’ para a obtenção de ‘vantagens’ pelo emissor desse humor. Esse tipo de circunstância acontece provavelmente entre alguns humoristas, que com o propósito único de divertir várias plateias e, com isso, ganhar notoriedade e melhorar financeiramente, ofendem, xingam e criam estereótipos de, principalmente, certos grupos minoritários.”

    Em seguida, o autor faz a relação de causa e consequência:

    “Essa atitude é extremamente negativa para essas minorias, pois com esse tipo de humor inferiorizado cria-se, na sociedade, visões pejorativas e fixas sobre os alvos dessas piadas, fazendo com que se sintam ofendidos e segregados da coletividade geral. Um exemplo de como isso é presente atualmente é o caso do humorista Rafinha Bastos, que mesmo sendo processado inúmeras vezes por suas piadas ofensivas, nega os danos causados e alega ‘animus jocandi’, ou seja, segundo ele – e muitos outros humoristas, suas intenções eram apenas de divertir seu público.”

    Outro ponto de vista:

    “Já por outro lado, o humor mostra-se como uma ferramenta viável para o entretenimento quando seus propósitos vão além das fáceis piadas discriminatórias. Nesse sentido, muitos artistas tentam promover, através da comicidade, uma visão crítica de aspectos negativos de nosso cotidiano, utilizando-se do humor como um meio de, sobretudo, fazer os indivíduos pensarem.”

    “Dessa forma, esse tipo de ‘humor reflexivo’, além de proporcionar o divertimento, também motiva os cidadãos a buscarem por mudanças em fatos adversos à vida em coletividade. Por conta desses tantos pontos positivos, essa maneira de se fazer o humor tem se tornado preferência de muitos públicos, como o exemplo do canal humorístico ‘Porta dos Fundos’, que é o que possui mais inscritos no YouTube no país dos brasileiros.”

    Assim, o autor consegue mostrar dois lados da questão, apresentando argumentos equilibrados e exemplificados, fortalecendo a qualidade da redação.


    Dica final: Pratique a estrutura de causa e consequência e a bilateralidade em temas variados. Essas técnicas são essenciais para mostrar domínio da argumentação e garantir uma boa nota na Competência 3 da redação do Enem!

  • Como ela é corrigida?

    Avaliação da Redação no ENEM

    Segundo a Cartilha da Redação do ENEM, o texto produzido por você será avaliado por, pelo menos, dois professores, de forma independente, sem que um conheça a nota atribuída pelo outro.

    Como a redação será avaliada?

    Os dois professores avaliarão seu desempenho de acordo com os critérios do quadro a seguir:

    Como será atribuída a nota à redação?

    Cada avaliador atribuirá uma nota entre 0 e 200 pontos para cada uma das cinco competências. A soma desses pontos comporá a nota total de cada avaliador, que pode chegar a 1.000 pontos. A nota final do participante será a média aritmética das notas totais atribuídas pelos dois avaliadores.

    O que é considerado discrepância?

    Considera-se discrepância quando as notas atribuídas pelos avaliadores:

    • Diferirem, no total, por mais de 100 pontos.
    • Obtiverem diferença superior a 80 pontos em qualquer uma das competências.

    Qual a solução para o caso de haver discrepância entre as duas avaliações iniciais?

    • A redação será avaliada, de forma independente, por um terceiro avaliador.
    • A nota final será a média aritmética das duas notas totais que mais se aproximarem.

    E se a discrepância ainda continuar depois da terceira avaliação?

    A redação será avaliada por uma banca presencial composta por três professores, que atribuirá a nota final do participante.

    Quais as razões para se atribuir nota 0 (zero) a uma redação?

    A redação receberá nota zero se apresentar uma das características a seguir:

    • Fuga total ao tema.
    • Não obediência à estrutura dissertativo-argumentativa.
    • Extensão de até 7 linhas.
    • Cópia integral de texto(s) motivador(es) da Proposta de Redação e/ou de texto(s) motivador(es) apresentado(s) no Caderno de Questões.
    • Impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação (tais como números ou sinais gráficos fora do texto).
    • Parte deliberadamente desconectada do tema proposto.
    • Assinatura, nome, apelido ou rubrica fora do local devidamente designado para a assinatura do participante.
    • Texto predominantemente em língua estrangeira.
    • Folha de redação em branco, mesmo que haja texto escrito na folha de rascunho.
  • O que é Redação?

    Desenvolvimento da Redação

    O desenvolvimento é justamente o “corpo” da redação. É nele que colocaremos nossos argumentos, tomaremos um posicionamento e defenderemos os questionamentos da introdução. Por isso, é muito importante que sua introdução seja bem clara e já traga um pouco daquilo que veremos ao continuar o texto. É como dizem, a primeira impressão é a mais importante, mas o conteúdo é o que garante o interesse.

    Para fazer um bom desenvolvimento, precisamos estar cientes daquilo que vamos abordar. Para quem tem dificuldade em escrever e organizar as ideias, uma boa dica é anotar, mesmo que de forma aleatória, todos os questionamentos e pensamentos que lhe ocorrem ao ler o tema. Depois, você pode ir enumerando da forma que quer que apareçam no seu texto e, por fim, ir unindo tudo, aumentando a capacidade dessas ideias, mas sempre com cuidado para não perder o foco, nem deixar as frases desconexas.

    Causa – Hipótese – Consequência

    O bom é começar o texto expondo as causas e consequências de determinada ação dita no tema. É aqui que você elabora suas hipóteses sobre o assunto, e começa seu processo de argumentação. Geralmente, as causas ficam em um parágrafo e as consequências em outro, mas isso não é regra.

    Domínio do assunto

    É importante, principalmente em redações de vestibular, deixar claro que você tem conhecimento acerca daquilo que se fala. Exclua achismos, até porque o texto deve ser escrito em terceira pessoa. Nesse momento, você também pode citar falas ou o nome de alguma autoridade que tem posição semelhante à sua. Dados e estatísticas são bem-vindos e enriquecem o texto.

    Use situações como exemplo

    Exemplificar é fortalecer argumentos. Traga situações reais para o seu texto, que comprovam sua tese. Se o tema falar da falta de saneamento, por exemplo, escreva sobre casos em que essa falta de direitos básicos acabou causando doenças e constrangimentos para pessoas que vivem em lugares assim.