Categoria: Literatura

  • Gênero Lírico

    O gênero lírico se refere ao tipo de texto literário onde predomina a expressão de sentimentos e emoções subjetivas do sujeito lírico – o eu lírico. São maioritariamente escritos em verso, sendo textos breves por não apresentarem enredo, mas sim a exteriorização do mundo interior do eu lírico.

    Essa transmissão dos sentimentos, emoções e divagações do sujeito lírico é feita na 1.ª pessoa, conferindo grande subjetividade ao texto. Recorre à função poética da linguagem, sendo frequente o uso do sentido conotativo das palavras e de figuras de linguagem, com o sentido de aumentar a expressividade da mensagem.

    CARACTERÍSTICAS DO GÊNERO LÍRICO

    • É escrito em verso, na 1.ª pessoa do discurso – eu;
    • Há a expressão de sentimentos e emoções;
    • Ocorre a exteriorização de um mundo interior;
    • Apresenta um caráter subjetivo;
    • As palavras são usadas no seu sentido conotativo;
    • Apresenta muitas figuras de linguagem.

    SUBGÊNEROS DO GÊNERO LÍRICO

    Ode: Poema lírico de exaltação, entusiasmo e alegria.

    Hino: Poema lírico de glorificação, homenagem e louvor a divindades e à pátria.

    Elegia: Poema lírico melancólico sobre a morte e a tristeza.

    Idílio: Poema lírico sobre a vida pastoril e bucólica.

    Écloga: Poema lírico sobre a vida pastoril e bucólica, que recorre ao uso de diálogos.

    Epitalâmio: Poema lírico para celebração do casamento, que homenageia os noivos e o vínculo conjugal.

    Sátira: Poema lírico cujo objetivo é ridicularizar pessoas e situações, criticando e ironizando defeitos e vícios.

    ESTRUTURA FORMAL DOS TEXTOS LÍRICOS

    Até ao fim da Idade Média, os poemas eram cantados, seguindo estruturas formais rígidas relativamente à métrica, rimas e estrofes. Assim, o gênero lírico sempre foi caracterizado por sua musicalidade, sendo de grande importância o ritmo da poesia.

    Atualmente, contudo, a poesia moderna abandonou essa estrutura formal, centrando-se apenas na transmissão de emoções e na subjetividade.

  • Gêneros Literários

    Gêneros Literários: Definições, Estrutura e Subgêneros

    Gêneros literários são classificações atribuídas às obras literárias com base em características formais comuns. Essas classificações consideram critérios estruturais, contextuais e semânticos, entre outros.

    A divisão clássica tem origem na Grécia Antiga e contempla três gêneros principais:

    • Gênero lírico
    • Gênero épico
    • Gênero dramático

    Com o passar do tempo, essa classificação sofreu adaptações. Hoje, o gênero épico é frequentemente substituído pelo gênero narrativo, resultando em três grandes divisões:

    • Gênero lírico
    • Gênero narrativo
    • Gênero dramático

    Cada gênero possui uma estrutura própria, com características específicas que o diferenciam dos demais.


    Gênero Lírico

    O gênero lírico caracteriza-se por:

    • Ser escrito em versos, geralmente na 1ª pessoa do singular (eu);
    • Expressar sentimentos e emoções;
    • Exteriorizar o mundo interior do eu lírico;
    • Apresentar caráter subjetivo;
    • Utilizar palavras em sentido conotativo;
    • Fazer amplo uso de figuras de linguagem.

    Subgêneros do gênero lírico: ode, hino, elegia, idílio, écloga, epitalâmio, sátira.


    Gênero Narrativo

    O gênero narrativo caracteriza-se por:

    • Ser escrito majoritariamente em prosa;
    • Apresentar um narrador que relata a ação;
    • Narrar acontecimentos reais ou imaginários;
    • Seguir uma estrutura com introdução, desenvolvimento e conclusão;
    • Desenrolar-se em um tempo e espaço determinados;
    • Utilizar discurso direto, indireto e/ou indireto livre.

    Subgêneros do gênero narrativo: romance, novela, conto, epopeia ou poesia épica, fábula, crônica, ensaio.


    Gênero Dramático

    O gênero dramático caracteriza-se por:

    • Ser feito para encenação teatral;
    • Estar dividido em atos e cenas;
    • Contar a história por meio das falas das personagens;
    • Incluir indicações cênicas que orientam a representação.

    Subgêneros do gênero dramático: auto, comédia, tragédia, tragicomédia, farsa.


    Classificação Flexível e Mistura de Gêneros

    Atualmente, a classificação dos gêneros literários é considerada flexível, permitindo a combinação entre eles e a subdivisão em múltiplos subgêneros.


    Gêneros Literários: Característica Comum

    Apesar das diferenças entre lírico, narrativo e dramático, todos compartilham um elemento essencial: a literatura.

    A literatura é uma forma de expressão artística, com funções recreativas, sociais e críticas. Ela possibilita a manifestação de sentimentos, a invenção de histórias e a crítica à sociedade, frequentemente com referências históricas.

    Tanto em verso quanto em prosa, o texto literário utiliza linguagem conotativa, mais poética e elaborada, com recursos estilísticos como figuras de linguagem, métrica e rima. O autor escolhe e combina cuidadosamente as palavras para transmitir sua intenção artística com precisão.

  • Funções da Literatura

    As Funções da Literatura: Entre Crítica, Emoção e Beleza

    1 – Função político-social: realizar críticas sociais e políticas

    A obra literária pode assumir o papel de retratar a realidade, descrevendo, criticando, ironizando ou satirizando problemas da sociedade. Quando isso acontece, dizemos que a literatura é engajada.

    Temas como racismo, seca, corrupção, pobreza e autoritarismo político são frequentemente abordados. Algumas escolas literárias destacaram-se por essa característica, como mostram os exemplos a seguir:

    • Navio Negreiro – Castro Alves (3ª Geração do Romantismo)
    • O Cortiço – Aluísio Azevedo (Naturalismo)
    • Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis (Realismo)
    • Vidas Secas – Graciliano Ramos (2ª Geração do Modernismo)

    2 – Função catártica: liberar emoções e sentimentos

    A função catártica ocorre quando uma obra provoca uma “explosão” de sentimentos no leitor, fazendo aflorar emoções como tristeza, alegria, raiva ou realização.

    Esse tipo de literatura mexe profundamente com o leitor, gerando reações físicas e emocionais, como choro, sorrisos, ansiedade ou calafrios. Poemas e textos poéticos são os mais associados a essa função, embora a recepção varie de pessoa para pessoa.

    3 – Função estética: gerar admiração pelo belo

    Quando a função estética é predominante, o principal objetivo do texto é gerar admiração por sua beleza formal, criatividade e perfeição artística.

    O “belo” na literatura pode estar relacionado ao uso criativo de palavras, à harmonia da linguagem, ao ritmo e à sonoridade da escrita. Exemplos:

    • Olavo Bilac – Parnasianismo: mestre da rima, do ritmo e da métrica.
    • Guimarães Rosa – 3ª Geração do Modernismo: inovador no vocabulário e na criação de universos próprios.

    4 – Função cognitiva: transmitir conhecimento

    A literatura também tem o papel de ensinar, transmitindo conhecimentos sobre a história, cultura, sentimentos humanos e situações da vida.

    Um exemplo claro é o Quinhentismo, que documenta o Brasil no início da colonização. Destaque para:

    • Carta de Pero Vaz de Caminha – Quinhentismo

    5 – Função lúdica: entreter, relaxar, envolver

    A função lúdica é a mais básica e acessível da literatura: entretém e envolve o leitor. Um texto pode oferecer prazer, relaxamento e diversão, sendo capaz de “prender” a atenção do público.

    Essa função aparece em contos, romances, crônicas e outras formas de prosa que encantam pela narrativa e pelas situações criativas.

  • A História da Literatura

    Dos primeiros cronistas aos contemporâneos, a literatura brasileira é prodigiosa. Machado de Assis e Carlos Drummond de Andrade estão entre seus principais representantes.

    A literatura brasileira conta com mais de quinhentos anos de história. O primeiro documento produzido no Brasil, a Carta de Pero Vaz de Caminha, é considerado também como o primeiro texto literário do Brasil, embora tenha sido escrito por um português. O texto só ganhou status de literatura porque Pero Vaz de Caminha não era um mero escrivão e, por isso, não se contentou em fazer um simples relato de viagem: basta ler a carta para perceber o cuidado com as palavras e as metáforas construídas para descrever a terra recém-descoberta.

    As primeiras manifestações da literatura brasileira foram fortemente marcadas pelo modelo literário de Portugal, já que nossos primeiros escritores ou eram portugueses de nascimento ou brasileiros com formação universitária em Portugal. Sendo assim, é importante conhecer também a literatura portuguesa para que possamos entender o modelo que serviu de referência para a construção de nossa literatura.

    Por terem sido tão influenciados pelo cânone lusitano, muitos autores preferem referir-se aos textos produzidos nessa época como “manifestações literárias” ou até mesmo como “ecos da literatura no Brasil”. Isso mudou apenas na segunda metade do século XVIII, quando surgiram os primeiros escritores brasileiros comprometidos com as causas políticas nacionais, importante condição para a formação de uma literatura genuinamente brasileira.


    Resumo

    Embora jovem, especialmente quando comparada à milenar literatura europeia, a literatura brasileira é prodigiosa. É inquestionável seu papel social de transmitir os conhecimentos e a cultura de nossa sociedade.

    Passeando por nossas diversas escolas literárias e em diferentes períodos históricos, podemos observar vários pontos de contato entre a literatura e a História do Brasil, comprovando assim que o fazer literário do escritor não é indiferente à realidade. Todos, inclusive os artistas, participam dos problemas vividos pela sociedade e tentam, por intermédio da palavra, retratá-la ou denunciá-la.

    Por motivos didáticos, a literatura brasileira é dividida em escolas literárias, o que facilita seu ensino e estudo. Eis sua periodização:

    • Quinhentismo;
    • Barroco;
    • Arcadismo;
    • Romantismo;
    • Realismo;
    • Naturalismo;
    • Parnasianismo;
    • Simbolismo;
    • Pré-Modernismo;
    • Modernismo;
    • Geração de 45;
    • Literatura contemporânea.

    José de Anchieta, Gregório de Matos, Gonçalves Dias, José de Alencar, Machado de Assis, Olavo Bilac, Lima Barreto, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto, Lygia Fagundes Telles, Manoel de Barros e Mario Quintana estão entre os principais representantes da literatura brasileira, que conta com muitos outros nomes fundamentais para a compreensão de nossa identidade literária, nomes que contribuíram de maneira indelével para a formação da cultura nacional.

    Machado de Assis
  • Quadro Geral das Literaturas

    Literatura Portuguesa

    Era Medieval

    Trovadorismo (Séculos XII a XIV)

    • Cancioneiros
    • Poesia Trovadoresca

    Humanismo (Século XV)

    • Cancioneiro Geral
    • Fernão Lopes
    • Gil Vicente

    Era Clássica

    Renascimento (Século XVI)

    • Sá de Miranda
    • Camões

    Barroco (Séculos XVII / XVIII)

    • Cultismo
    • Conceptismo
    • Pe. Antônio Vieira

    Neoclassicismo (Século XVIII)

    • Arcádia Lusitana
    • Nova Arcádia
    • Bocage

    Era Romântica

    Romantismo (Século XIX)

    • Almeida Garret
    • Alexandre Herculano
    • Camilo Castelo Branco
    • Júlio Dinis

    Realismo – Naturalismo (Século XIX)

    • Questão Coimbrã
    • Antero de Quental
    • Eça de Queirós

    Simbolismo (Século XIX)

    • Eugênio de Castro
    • Antônio Nobre
    • Camilo Pessanha

    Modernismo (Século XX)

    • Revista Orpheu
    • Fernando Pessoa
    • Revista Presença

    Literatura Brasileira

    Era Colonial

    Quinhentismo (Século XVI)

    • Descobrimento
    • Literatura Informativa
    • Literatura Catequética
    • José de Anchieta

    Barroco (Séculos XVII / XVIII)

    • Bahia
    • Gregório de Matos

    Neoclassicismo (Século XVIII)

    • Minas Gerais
    • Cláudio Manuel da Costa
    • Tomás Antônio Gonzaga
    • Basílio da Gama
    • Santa Rita Durão

    Era Nacional

    Romantismo (Século XIX)

    • Independência
    • Gonçalves Dias
    • Álvares de Azevedo
    • Castro Alves
    • Joaquim Manuel de Macedo
    • José de Alencar

    Realismo – Naturalismo (Século XIX)

    • Machado de Assis
    • Aluísio Azevedo
    • Parnasianismo
    • Raul Pompeia

    Simbolismo (Século XIX)

    • Cruz e Sousa
    • Alphonsus de Guimaraens

    Pré-Modernismo (Século XX)

    • Augusto dos Anjos
    • Euclides da Cunha
    • Lima Barreto
    • Monteiro Lobato
    • Graça Aranha

    Modernismo (Século XX)

    • Semana de 22
    • Mário e Oswald de Andrade
    • Geração de 30
    • Geração de 45
    • Guimarães Rosa
    • Clarice Lispector